Coberturas verdes e eficiência energética
Na Europa, os edifícios são responsáveis por 40% do consumo energético e por 36% das emissões de CO2, pelo que, para alcançar os objetivos de sustentabilidade das Nações Unidas, o setor da construção tem um papel fundamental na procura, desenvolvimento e implementação de soluções eficientes que visem a otimização dos recursos.
É, portanto, premente a utilização de soluções construtivas eficientes, que minimizem os fluxos energéticos entre o ambiente exterior e interior dos edifícios, contribuindo assim para um maior conforto no edifício e menor necessidade de climatização, recorrendo sobretudo a técnicas passivas de ventilação e iluminação.
As coberturas, para além de serem, geralmente, o elemento do edificado com maior exposição solar, representam em média 22% da superfície impermeável de uma cidade, afetando os padrões climáticos, o ciclo da água, a biodiversidade e o património natural.
As coberturas verdes posicionam-se como uma solução sustentável que aporta grandes benefícios às cidades e ao meio ambiente, contribuindo de forma significativa para a eficiência energética dos edifícios. Têm a capacidade de regular a temperatura interna dos edifícios, melhoram o comportamento acústico e prolongam a vida útil dos materiais que constituem o sistema de impermeabilização e isolamento térmico da cobertura. Simultaneamente, reduzem o efeito de ilha de calor que ocorre nas cidades, atuam como captador de CO2, produzem oxigénio e são habitat para aves e insetos.
Para além de todas vantagens já referidas, as coberturas verdes ajudam a regular os caudais de escoamento de águas pluviais e podem potenciar a criação de espaços úteis nas coberturas dos edifícios, como jardins, espaços sociais, hortas urbanas, entre outros.
As diferenciadas mais-valias que este tipo de coberturas proporciona ao ambiente urbano tem motivado alguns países a desenvolver leis que visam incentivar (e em alguns casos obrigar) a aplicação de coberturas verdes nos edifícios. Este cenário poderá não estar muito longe de se tornar realidade também em Portugal fruto do interesse que a União Europeia tem demonstrado pela temática das infraestruturas verdes.
A aposta inevitável em construções mais eficientes irá fazer com que o nosso futuro seja mais sustentável e, com certeza, verde!