Passive House: construir o futuro que queremos
A Associação Passivhaus Portugal foi criada em 2012 com o objectivo promover e desenvolver o conceito Passive House e contribuir para a independência energética e sustentabilidade de Portugal. Esse objectivo continua a fazer sentido e é o mote do trabalho desenvolvido pela associação que, ao longo dos anos, tem implementado uma estratégia baseada na organização de formações e eventos, e numa comunicação direccionada a toda a sociedade (e não apenas ao sector da construção).
O conceito Passive House é um conceito construtivo que se distingue pelo elevado desempenho, quer do ponto de vista energético, quer do conforto, da saúde e da sustentabilidade, e isto a um custo acessível. É um conceito baseado na exigência e no rigor do projecto e da obra com o objectivo principal de construir um edifício eficiente, confortável, saudável e economicamente acessível.
A evolução dos edifícios (© A.R.T. Architects)
Mas o que é afinal uma Passive House?
Uma Passive House é um edifício de elevado desempenho onde, tal como nos atletas de alta competição, todos os detalhes contam.
As Passive Houses respondem às seguintes exigências:
1.Contribuir para a saúde e conforto
As Passive House contribuem para o bem-estar e saúde dos seus ocupantes. O ambiente interior é caracterizado pela boa qualidade do ar, conforto térmico (temperatura entre os 20ºC e os 25ºC) e a inexistência de grandes variações térmicas. Isto permite garantir um elevado nível de conforto, além de reduzir o risco de desenvolvimento de patologias no edifício que poderiam por a saúde das pessoas em causa.
A importância da qualidade do ar interior (© João Gavião)
2.Permitir ter um edifício saudável
Uma Passive House é um edifício saudável, pois é desenvolvida com base no respeito pelos princípios da física dos edifícios, minimizando pontes térmicas e evitando o surgimento de patologias (nomeadamente relacionadas com aparecimento de mofos e humidades).
“Eu vejo pontes térmicas” – adaptação do fotograma do filme “O Sexto Sentido”
(© Passivhaus Portugal)
3.Alcançar uma elevada eficiência energética
As Passive House representam o mais elevado padrão de eficiência energética a nível mundial. É uma solução testada e comprovada que corresponde inteiramente à definição do NZEB – nearly Zero Energy Building (edifício com necessidades quase nulas de energia) cuja implementação é já obrigatória para os novos edifícios públicos e será muito em breve para os restantes edifícios.
A redução de energia numa Passive House (© Homegrid)
4.Atingir a sustentabilidade
Devido à elevada eficiência energética, com a Passive House há uma redução drástica das emissões de CO2 associadas aos edifícios e, portanto, o conceito contribui para a protecção climática pela menor dependência energética e de combustíveis fósseis. Por outro lado, as baixas necessidades energéticas de uma Passive House podem ser facilmente suprimidas por energia gerada localmente a partir de fontes renováveis. A Passive House é um importante factor para a transição energética.
A Passive House como nZEB e Microgrid (© Homegrid)
5.Ser economicamente acessível
Uma Passive House pode ser construída pelo mesmo preço que um edifício convencional e os seus custos de operação são substancialmente mais baixos, devido às reduzidas necessidades energéticas e de manutenção.
Fotograma do vídeo “Como reconhecer uma Passive House”
(© Deco Proteste & Passivhaus Portugal)
Ainda tem dúvidas que a Passive House é a solução?
Com a estratégia definida e implementada Passivhaus Portugal tem havido um fortalecimento da rede Passive House em Portugal e aumentado o número de profissionais capazes de projectar e implementar Passive Houses, de norte a sul do país e até nas ilhas. Por outro lado, há hoje no mercado soluções técnicas, quer de materiais, quer de equipamentos certificados que apresentam desempenhos compatíveis com os níveis de exigência de uma Passive House.
Assim, hoje em Portugal construir uma Passive House não tem de ser mais caro ou mais difícil que fazer um edifício convencional. Desde o projecto de arquitectura, passando pelo dimensionamento, pela obra e até pela monitorização, Portugal tem tudo para construir e reabilitar sob o standard Passive House e fazer a necessária transição do parque edificado para elevados níveis de desempenho.
No futuro que queremos construir, ter uma Passive House não deve ser um luxo.
No futuro que queremos construir…queremos Passive House Para Todos.